sábado, 3 de dezembro de 2011

Esconde-esconde

Postado por Tees.Studio às 23:10


A felicidade não escolhe dia nem momento para entrar na alma, e quando entra, Eita! que fica difícil de sair e não deixar marcas. Ela pode até dá uma voltinha pelo mundo e demorar pra voltar, mas o espaço um dia preenchido por ela fica lá, exatamente como ela deixou.  Este vazio fica cheio de poeira e de eco, mas o espaço continua sendo, exclusivamente dela, da felicidade. Sem dizer o motivo ela resolveu passear e ficar em outros lares e deixou o lugarzinho dela aqui sem nada e ninguém.
Nesse vão o sentimento tem todo o espaço para brincar de esconde- esconde com o tempo.  Esse ai, o tempo consegue de uma forma se esconder neste vazio, deixado pela felicidade, que nada acontece, nada passa, nada aparece, nada soa, nada ilumina, nada abre.                 
Enquanto o sentimento se cansa, sofre e corre atrás do tempo, a felicidade tá batendo lá na porta, mas o sentimento tão louco pra achar e acabar logo com este tempo não ver quem está esperando por ele lá fora no mundo que não existe espaço para o medo.
O medo que o sentimento carrega o deixa só ver o espaço e o vazio que foi deixado pela felicidade, assim ele continua brincando de esconde-esconde com o tempo.  Sem se dar conta que a felicidade o espera com seus grandes olhos abertos. 
M.A.

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O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa
 

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